Notícias

Soft skills: o que são e por que são tão importantes

Desafios da Gestão – 
Com o diretor-presidente da FAINOR, professor Ítalo Brito

Com um mercado globalizado, em que os cenários produtivos estão cada vez mais automatizados, refletir sobre os papéis que os seres humanos desenvolvem no mundo corporativo é inevitavelmente um desafio, que nos remete às necessidades de desenvolvimento de profissionais com habilidades técnicas em tecnologias. Mas o mercado de trabalho e as organizações estão mapeando, e mais atentos, às soft skills: as chamadas habilidades comportamentais, que incluem criatividade, competências emocionais e pensamento crítico, por exemplo. É como já foi dito: as máquinas são melhores do que os seres humanos – em tarefas de repetição.

Diante desses desafios, o indivíduo passa a ser estimulado, como ser humano, a exercer um papel fundamental: o do ser em desenvolvimento, que pensa cada vez mais em estratégias de resolução de problemas complexos. O ambiente impõe que tenhamos várias habilidades, ou teremos uma carreira muito frágil, visto que estamos em um momento de mudança ágil, principalmente, por causa da transformação digital. Para atender às novas realidades, é importante compreender que no foco das empresas está a busca por colaboradores com as soft skills certas para alcançar suas metas e melhorar cotidianamente o resultado. As empresas estão, cada vez mais, buscando assertividade em suas contratações, mapeando os candidatos para contratar funcionários com as principais soft skills para as vagas – ou para promoção no processo interno – e assim colocar os melhores nos cargos.

Diante do exposto, a autoavaliação é indispensável, assim como desenvolver as habilidades comportamentais necessárias para atender as oportunidades que o mercado de trabalho apresenta. É possível, portanto, desenvolver habilidades e competências que nos preparem para as vagas do mercado competitivo, com um diferencial pessoal baseado no saber fazer. Todo mundo é capaz de desenvolver uma ou mais habilidades.

E por que é importante formar várias habilidades?

Por que é necessário entender que não existe fórmula mágica

As habilidades comportamentais passaram a ser mais requisitadas em um cenário pós-pandemia e se tornaram desafios que ganharam um caráter de valor intelectual com um olhar de diferenciação, por isso é importante desenvolvê-las. E por que é importante formar várias habilidades? Por que é necessário entender que não existe fórmula mágica. Como sabemos, o ideal é ter o pensamento crítico, para ir além das tendências ditas e entender quais têm mais sentido para a carreira e para o negócio, em face da realidade das empresas e da busca por uma cultura baseada no comportamento.

Os profissionais contemporâneos que percorrem os caminhos do sucesso são os que possuem a capacidade de analisar as situações e, a partir da interpretação de dados, sugerir ideias e soluções inovadoras para suas atividades – influenciando as empresas em seus objetivos. Desenvolver o pensamento analítico, e o pensamento crítico, é uma habilidade que indica que os profissionais têm a capacidade de ter a própria opinião. E isso é fundamental para trazer novas ideias para o ambiente produtivo.

Nesse ambiente competitivo, ser um colaborador capaz de resolver problemas complexos e de criar novas e simples soluções – enxergando o problema como oportunidade de inovação e não como obstáculo – é uma das habilidades que gera o maior diferencial e o torna um dos mais requisitados. Assim, quanto mais capacitado o profissional, maiores serão suas possibilidades de criar e desenvolver um plano de carreira no ambiente produtivo.

Desenvolver seu portfólio de saberes te remete ao processo basilar de construção de visão de mundo e das organizações e suas complexidades. Sem uma aprendizagem ativa, dificilmente o indivíduo será protagonista nas jornadas corporativas, e ser o profissional focado na aprendizagem é ser a pessoa capaz de buscar conhecimento contínuo, visto que quase tudo à nossa volta e seus processos mudam com frequência.

Outra competência que deve fazer parte de suas habilidades é a criatividade, sua capacidade de encontrar inovação. O diferente te faz ser um profissional atrativo para as políticas de retenção das empresas – saber buscar novas formas e alternativas diante das rotinas te projeta e te coloca nos holofotes do sucesso. As empresas estão incessantemente buscando indivíduos que superem a cultura do medo e, com harmonia, criem ambientes psicologicamente seguros, mesmo com a possibilidade de erro.

É saber se conectar com si próprio

e ter autocontrole da gestão de suas emoções

Assim, desenvolver a inteligência emocional é um diferencial que forma o conjunto de soft skills, proporcionando a capacidade de aprender a lidar com as próprias emoções e seus desdobramentos no ambiente corporativo. É saber se conectar com si próprio e ter autocontrole da gestão de suas emoções.

O profissional inteligente emocionalmente sabe lidar com situações inesperadas do dia a dia e, sendo o líder ou não, motiva e mantém o time engajado. Dentre as habilidades que geram a diferenciação no mundo das organizações, o profissional contextualizado deve, portanto, dominar sua capacidade de liderar, ou seja, ter habilidades de liderar a si mesmo e influenciar as pessoas em seus espaços a buscarem objetivos. Habilidades de liderança não são apenas para CEOs ou gerentes. São potencialidades que ajudam a lidar com a responsabilidade e a pressão, inspirar colegas e até clientes na busca por soluções melhores e mais eficientes.

Outros aspectos que formam o profissional de sucesso é a sua capacidade de pensar positivamente mesmo em meio a situações de conflitos, se adaptando às transformações rápidas do mundo a sua volta. Ser resiliente é um diferencial determinante para quem deseja recomeçar sempre.

É preciso enfatizar ainda que na somatória das habilidades, não podemos deixar de ser o profissional antenado com o ambiente digital e saber usar as tecnologias no trabalho. O uso da tecnologia vai além dos profissionais especializados no setor. São os funcionários — independente da área de atuação — que compreendem que a digitalização facilita os processos do dia a dia e que sabem como usá-las a seu favor.

Com isso, a empresa ganha eficiência, velocidade na entrega das tarefas, e os profissionais modernos ganham reservas de mercado, se tornando indispensáveis na composição da sustentabilidade organizacional.

Por tudo isso é que se diz que o profissional de sucesso do presente e do futuro sempre vai ter cabeça de CEO (senso de dono), coração de estagiário (eterno aprendiz) e vestirá a camiseta da humildade (para escutar e aprender com todos, independente da idade e do cargo). Suas habilidades comportamentais – suas soft skills – geram ofertas e te projetam a atender as demandas do competitivo mercado do capital intelectual.

Professor Ítalo Brito é graduado em Administração pela FAINOR,
tem MBA em Gestão de Pessoas também pela FAINOR
e mestrado em Gestão de Organizações Aprendentes pela UFPB.